Crise no Zimbabwe ameaça indústria açucareira nacional De Janeiro a Agosto deste ano as fábricas açucareiras moçambicanas produziram 38 mil toneladas de açucar, mas até agora não venderam nem um quilo dele. Do açucar nacional apenas foram vendidas 2 mil toneladas em armazém desde o ano passado. A causa principal é a importação ilegal de grandes quantidades de açúcar contrabandeado do Zimbabwe. O açucar zimbabweano chega muito mais barato aos consumidores porque foi adquirido com base na desvalorização da moeda zimbabawena no mercado paralelo e passado para Moçambique sem pagar direitos alfandegários. Assim o açucar pode ser vendido a 6000 MT o quilo, o que é menos de metade do preço do açucar moçambicano ao preço de retalho. O problema criado pela valor real do dólar zimbabweano, muito mais baixo do que o valor oficial, está a afectar também as indústrias de bebidas, nomeadamente a Coca Cola em Chimoio e a fábrica de Cerveja na Beira. Cinco ministros (Finanças, Comércio, Agricultura, Trabalho e Interior) reuniram-se recentemente com representantes da indústria
moçambicana do açucar. A ministra do Plano e Finanças, Luísa Diogo, disse que não era possível proibir a importação do
açácar; a única saída é combater o contrabando. Para Carlos Morgado, Ministro da Indústria e Comércio, a indústria do
açúcar corre o risco de ter o mesmo destino que sofreu a indústria do caju no nosso país. (metical 27/09/01) Fome no país: Um plano de acção, visando minorar o drama de escassez de alimentos prevê o atendimento de 82 mil pessoas, identificadas como carecendo de assistência. O plano, discutido ontem em Maputo, durante uma sessão conjunta do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades e parceiros de cooperação, prevê que as intervenções iniciem em finais do mês de Outubro. Conforme tinha sido recomendado há sensivelmente duas semanas, de um total de 345 mil pessoas afectadas pela carência alimentar, 221 600 foram identificadas como tendo alternativas de sobrevivência, nomeadamente através da linha de assistência que está a ser levada a cabo pelo Programa Mundial de Alimentação, nas províncias do centro do país afectadas pelas cheias. Para além da assistência gratuita, parte daquelas pessoas, principalmente nos distritos de carências crónicas, estão a beneficiar do chamado subsídio de alimentos para o desenvolvimento de programas de reconstrução, também designado "Comida para o Trabalho". O plano de acção em alusão deve considerar o atendimento destas pessoas até Março de 2002. (Notícias, 29/09/01) Leia outra notícia recente sobre o assunto: O crónico problema: As cidade de Inhambane e Maxixe, bem como a vila de Homoíne, encontram-se às escuras mais uma vez na sequência de uma avaria grossa no sistema de produção e distribuição da Electricidade de Moçambique. Após avaria do primeiro grupo gerador na semana passada, esta semana avariou mais um. O director da EDM em Inhambane, Vasco Doane, disse que dentro em breve o problema poderá ser sanado, porque a avaria de uma das máquinas pode ser reparada localmente. A falta de energia eléctrica naquelas cidades é crónica. Os pequenos grupos geradores que a EDM possui são obsoletos e não têm suportado com as necessidades em energia. (Notícias, 29/09/01) Leia também a notícia de 30 de Junho: Município de Maputo: Membros do Assembleia Municipal (AM) de Maputo manifestaram na quinta-feira a sua insatisfação face ao fraco desempenho do executivo. O governo municipal não cumpriu com o plano de actividades programadas para o primeiro semestre. Ainda não iniciou, por exemplo, a reparação de estradas, sistemas de saneamento e jardins. Na sessão havida em princípios do mês passado, o Conselho Municipal apresentou uma informação sobre o seu desempenho, culpando a situação financeira deficitária do município, que alegadamente resultava "do elevado custo de funcionamento da estrutura administrativa em relação à actual capacidade de gestão de receitas". Os membros da AM não ficaram impressionados com estas justificações. Carlos Ribeiro, falando em nome do grupo independente Juntos Pela Cidade (JPC), fez uma crítica dura ao Executivo de Canana. Questionou, por exemplo, o destino dado às receitas resultantes das cobranças feitas junto dos vendedores do Mercado Central, que ultimamente subiram na ordem dos 20%, afirmando que o aumento serviu "para alimentar corruptos e ladrões". Enquanto o município devia ter cobrado 1700 milhões de MT em taxa de lixo nos primeiros cinco meses do ano, só foram cobrados 200 milhões, mas o contrato com a empresa Quimilar que recolhe o lixo numa parte da cidade custa ao Município 792 milhões de meticais por mês. O JPC fez um apelo à AM para que fossem votadas exigências de prestação de contas ao Conselho Municipal. Entre outras coisas,
o JPC exigiu a apresentação dos nomes dos implicados no roubo de receitas dos bazares e na cobrança de taxas para benefício pessoal e a indicação
dos responsáveis por terem passado dois anos até ser detectada esta situação. Exigiu ainda a criação de uma Comissão de Inquérito
para apurar as causas por detrás do problema da recolha de lixo na cidade. Surpreendentemente, a Assembleia aceitou as sugestões do JPC quase por unanimidade, exceptuando
algumas abstenções. Assim, pela primeira vez, a bancada da Frelimo quebrou o seu hábito de dar raspaldo a Canana, votando contrariamente ao JPC e ao Partido
Trabalhista. (metical 28, Notícias 29/09/01) Notícias de ontem (28 de Setembro): Mozal está a poluir o ambiente |