Moçambique e África do Sul recordam Samora

Celebrou-se ontem o 15º aniversário da morte de Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique independente. As cerimónias centrais tiveram lugar em Mbuzini, África do Sul, o local onde se despenhou o avião de Samora, para onde se deslocaram cerca de 5 mil pessoas idas de Moçambique e África do Sul, incluindo o presidente Joaquim Chissano, o vice-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, membros dos governos dos dois países e altos responsáveis da Renamo.

Em Mbuzini Chissano destacou a trajectória política de Samora, na sua luta contra o colonialismo, racismo, o regionalismo e o tribalismo. Disse que Samora morreu procurando a paz e a concórdia para Moçambique e para África austral. Ajuntou que recordar Samora é ter presente um dos seus mais valiosos legados: a unidade nacional.

Por seu turno, Jacob Zuma recordou que o discurso histórico que Samora proferiu em 14 de Fevereiro de 1981, segundo o qual "Moçambique e a RAS estão ligados por uma amizade indissolúvel e que os 53 milhões de habitantes de ambos os países não descansariam enquanto não derrotassem o apartheid", levou os sul-africanos a declararem aquela data como Dia da Amizade e Solidariedade entre os dois povos.

Refira-se que a Renamo, que nunca tinha homenageado oficialmente Samora Machel, foi representada em Mbuzini por Ussufo Quitine e Leopoldo Ernesto, chefe da bancada e vice-presidente da Assembleia da República, respectivamente. (TVM, Notícias, 19 e 20/10/01)

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Músicos cantam Samora

Há negociações na MOZAL

Delegações do Sindicato e da Mozal voltaram à mesa de negociações, na passada quinta-feira, para abordar aspectos relacionados com a situação prevalecente naquela fundição. O encontro decorreu sob mediação do ministro do Trabalho, Mário Sevene, ao qual a Mozal garantiu que nenhuma acção de represália será exercida contra os trabalhadores que decidirem interromper a greve e regressar ao trabalho dentro dos prazos estabelecidos.

Porém, a Mozal disse que "procedimentos internos de gestão" obrigam a que antes de serem reintegrados nos postos de trabalho, todos os trabalhadores tenham que responder aos processos disciplinares instruídos na sequência da sua adesão à greve. Por sua vez, os sindicatos defendem que para ser válido, este compromisso deverá constar de uma acta a ser elaborada e rubricada pelas duas partes. Eles acham que sem essa premissa não estarão criadas condições para o levantamento da greve, que dura há mais de 15 dias, e consequente regresso ao trabalho em condições de segurança.

Ontem a Mozal fez saber que 97 trabalhadores que haviam aderido à greve retornaram. Catorze destes foram reintegrados sem qualquer penalização, 79 foram readmitidos sob pena de uma multa de dez dias de salário, 3 foram despedidos, enquanto um aguarda pelo desfecho do processo disciplinar. Os trabalhadores penalizados são os que não se apresentaram ao trabalho depois da publicação do aviso do dia 8 de Outubro. (Notícias, 20/10/01)

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Federação de Sindicatos Metalúrgicos critica governo e MOZAL
 

AR cria comissão de petições

A Assembleia da República, o Parlamento moçambicano, aprovou hoje, por consenso, a criação de uma Comissão de Petições, cuja tarefa á tratar as preocupações apresentadas pelos cidadãos. A criação desta comissão vem colmatar um vazio que existia há mais de cinco anos, durante o qual o Parlamento não dava resposta à demanda das preocupações dos eleitores por falta de uma base legal.

"Com a criação desta comissão estaremos a considerar o direito dos cidadãos de apresentarem à AR as suas petições e esta dar às mesmas maior celeridade e consideração", disse a primeira vice-presidente da AR, Verónica Macamo. Esta nova comissão junta-se as já existentes na AR, nomeadamente a Comissão Permanente; a do Plano e Orçamento; de Assuntos Sociais, Género e Ambientais; de Agricultura, Desenvolvimento e Poder Local; de Actividades Económicas e Serviços; da Defesa e Ordem Pública; de Relações Internacionais e, finalmente, a Comissão de Assuntos Juridicos, Direitos Humanos e Legalidade. (AIM 17/10/01)
 

Produção de cereais atingirá 1,9 milhões de toneladas

Moçambique espera produzir cerca de 1,9 milhões de toneladas de cereais na campanha agrícola 2001/2002, que formalmente arrancou na terça-feira passada. A previsão foi avançada terça-feira, no distrito da Manhiça, província de Maputo, pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Helder Muteia, que falava na cerimónia que marcou o início formal da campanha agrícola. No ano passado a produção foi de 1,5 milhões de toneladas. (AIM 17/10/01)

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Lançada campanha agrícola 2001/2002
 

HIV-SIDA: clínica para camionistas de longo curso

Uma clínica para camionistas de longo curso e suas parceiras sexuais foi aberta quarta-feira em Inchope, na província de Manica, no quadro de um projecto de prevenção do SIDA em Moçambique e na região da África Austral. Financiado pela União Europeia, que para o efeito disponibilizou 15 mil dólares norte-americanos, a clínica de Inchope, a segunda do género no país, fica situada no entrocamento das Estradas Nacionais 1 e 6, ao longo do Corredor da Beira, que liga Moçambique a Zimbabwe e a outros países do interior.

Uma terceira clínica para os camionistas e suas parceiras sexuais deverá abrir a breve trecho na vila de Moatize, ao longo da estrada Tete-Zóbwè, que liga Zimbabwe e Malawi - o chamado Corredor de Tete. A primeira clínica do género foi inaugurada ha cerca de duas semanas na cidade da Matola para atender os camionistas e as trabalhadoras do sexo que operam na estrada Maputo-Witbank, ligando Moçambique e África do Sul. (AIM 18/10/01)
 

Notícias de ontem (19 de Outubro):

Federação de Sindicatos Metalúrgicos critica governo e MOZAL
LAM na bancarrota?
Em Manica: Procurador-chefe detido por crime de peculato
Por causa do contrabando de açúcar? Alfândegas substituem agentes em Machipanda