Comissão Política da Frelimo já escolheu: De acordo com um artigo no jornal metical de hoje, a Comissão Política (antigo Bureau Político) do partido Frelimo já decidiu quem será o candidato do partido às eleições de 2004. O artigo afirma que em breve será lançada a figura do actual presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwè, como eventual sucessor de Joaquim Chissano na presidência do país. A decisão foi tomada - pelo que pareça unanimamente - numa reunião da Comissão Política que teve lugar no domingo passado, logo depois do encerramento da reunião do Comité Central, que acabara de aprovar a retirada de Chissano no final deste mandato. Mulémbwè será, por enquanto, apenas candidato às presidenciais, não sendo certo se poderá tornar-se igualmente líder do partido. Mulémbwè é originário da província do Niassa. Passou pelo seminário e formou-se em direito em Maputo. Quando, nos últimos anos do regime monopartidário, era Procurador-Geral da República, anunciou que ia lançar, um "combate cerrado" contra a corrupção e prometeu denunciar os nomes de figuras "grandes". Mas nunca chegou a cumprir a sua promessa e muitos pensam que a sua "promoção" a Presidente do parlamento foi uma forma de lhe recompensar a sua falta de acção. No ano passado a imprensa acusou Mulémbwè de gastar somas astronómicas. Um documento da própria AR, debatido no ano passado, dizia claramente que o Presidente da AR gozava de "despesas ilimitadas" e estimativas feitas na altura sugeriram que Mulémbwè, no presente mandato, custe ao erário público cerca de 10 milhões de contos - o que, na altura, correspondia a quase um milhão de dólares. No seu papel de chefe do parlamento, Eduardo Mulémbwè não se destacou como líder carismático e o artigo no metical aponta esta falta de carisma como o grande "calcanhar de Aquiles" no seu combate contra Afonso Dhlakama. (metical 14/12/01) Leia mais sobre a renûncia de Chissano: Campanha agrícola 2000/2001: O país registou na presente campanha agrícola, 2000/2001, uma produção de alimentos comercializados estimada em 1,7 milhão de toneladas, contra 1,5 milhão de toneladas alcançadas na campanha 1999/2000, o que representa um crescimento na ordem dos 13%. Esta cifra, que coloca o país a níveis próximos da auto-suficiência alimentar, resulta do cultivo de cerca de 3,9 milhões de hectares, a mesma área que se prevê que venha a ser trabalhada na próxima campanha. Estes dados foram divulgados pelo primeiro-ministro, Pascoal Mocumbi, no seu habitual encontro semanal com a imprensa. Segundo Mocumbi, a comercialização está a decorrer a bom rítmo, os camponeses estão a vender satisfatoriamente os seus
excedentes. Entretanto, o governo entende que a maior compreensão dos parceiros internacionais, particularmente do FMI e do Banco Mundial, em relação ao papel da
agricultura no desenvolvimento do país está a impulsionar o desenvolvimento. Este ano o país esperava produzir 1,7 milhão de toneladas de cereais e atingir um
efectivo de bovinos de cerca de 700 mil cabeças. (Notícias e TVM, 14/12/01) No presente ano: O turismo rendeu ao Estado moçambicano, no presente ano, cerca de 16 milhões de dólares. Esta receita representa um crescimento de quase 80% comparativamente ao valor arrecadado no ano passado, que foi de cerca de 9 milhões. Neste ano visitaram o país cerca de 250 mil turistas, contra cerca de 140 mil no ano passado. O Ministério do Turismo afirma que o incremento resulta dos investimentos feitos pelo Governo. Com efeito, este ano o executivo investiu cerca de 46 milhões USD, enquanto o investimento do ano passado é estimado em 9 milhões. Segundo o Ministério, o turismo tem potencialidades para contribuir anualmente com 200 milhões USD para o PIB e criar mais de 20 mil postos
de trabalho. A maior parte dos turistas que escalaram o país vieram da África do Sul, Zimbabwe, Botswana, Portugal, Inglaterra, China, Japão, Dubai e da
América. (Notícias, 14/12/01) Chissano: "Está tudo bem no Zimbabwe" O Presidente da República, Joaquim Chissano, regressou ontem do Malawi, onde, durante dois dias, discutiu com o seu homólogo malawiano a situação no Zimbabwe. O encontro entre Bakili Muluzi, actual presidente da SADC e Chissano, presidente do Órgão para Política, Defesa e Segurança da SADC, segue-se a uma reunião dos ministros de negócios estrangeiros da SADC esta semana em Harare. Falando à imprensa, Chissano repetiu a posição assumida pelos ministros da SADC que reconhece os "esforços legislativos" do Governo zimbabweano para evitar a violência e garantir a "transparência" nas eleições presidenciais. Chissano ajuntou que a SADC vai apelar à não aplicação de sanções contra o Zimbabwe, dado que estas iriam afectar todos os outros países da região. Chissano disse ainda que a SADC vai interceder junto do governo da Grã-Bretanha no sentido de persuadi-lo a acelerar o financiamento daquilo que Chissano, cinicamente, continua a chamar de "reforma agrária" no Zimbabwe. Contra todas as evidências objectivas, os ministros da SADC constataram a "redução da violência" no país vizinho. Não se referiram publicamente ao total desprezo do Governo de Mugabe pelos mais elementares direitos humanos e liberdades civis. Ao apoiar a ditadura do Mugabe, os dirigentes da SADC mostram, mais uma vez, o pouco caso que fazem da democracia. (Notícias 14/12/01, comentário MOL) Leia mais sobre o posicionamento da SADC em relação a Zimbabwe: Notícias de ontem (13 de Dezembro): Cadastrados evadem-se da prisão em Nampula |