No Parlamento, boicotado pela oposição: O Presidente Joaquim Chissano apresentou ontem à Assembleia da República (AR) o seu informe anual à nação. De acordo com o Chefe do Estado, o país "está em franco progresso, num clima de paz, estabilidade, reconciliação e de crescente unidade nacional". Apesar de considerar que o país "está no caminho certo", Chissano não podia deixar de reconhecer um série de problemas que o país enfrenta. Com efeito, o Presidente afirmou que o recrudescimento da criminalidade no país exige soluções extraordinárias para o seu combate. Evidenciando que o país está a registar índices de crescimento encorajadores nos sectores económico e social, Chissano disse que Moçambique deverá alcançar este ano um crescimento do Produto Interno Bruto de cerca de 14%. Os deputados da Renamo/União Eleitoral, que no ano passado quase inviabilizaram o informe do Presidente da República, este ano optaram por "boicotar" o evento, abandonando a sala. Refira-se que a Renamo não reconhece a legitimidade do Presidente da República, alegando que ele ganhou as eleições graças a fraudes cometidas no processo da contagem dos votos. Raul Domingos, expulso no ano passado da Renamo e que não abandonou a sala juntamente com a oposição, entende que o informe do Presidente "não trouxe nada de novo sobre o combate à corrupção e à criminalidade, que são as grandes preocupações dos moçambicanos". Recorde-se que, ao abrigo do artigo 21 do novo Regimento Interno da AR, o informe do Chefe do Estado já não é debatido pela Assembleia. (AIM 06, Notícias 07/12/01) Leia sobre o "Estado da Nação" em 2000: MOZAL a caminho do topo A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) lidera a lista das 100 maiores empresas do país por ordem de volume de negócios no ano 2000. A seguir à HCB estão as Telecomunicações de Moçambique e a Mozal, não obstante esta última ter começado a produzir apenas em meados de Junho do ano passado. Segundo a terceira edição da pesquisa "100 Maiores Empresas de Moçambique" da KPMG, apresentada quarta-feira última em Maputo, no ano passado o volume de negócios gerados por essas 100 empresas situou-se em 24 602 milhões de contos (mdc), o que representa um crescimento de 44% comparativamente aos resultados da pesquisa de 1999. As primeiras 10 empresas do ranking contribuíram com 52% do volume de negócios gerados pelo conjunto das 100. Entretanto, o ranking em alusão continua a ser liderado por empresas com capital parcial ou totalmente público. Com efeito, entre as primeiras dez, seis são de capital maioritariamente público, nomeadamente HCB (1º lugar), TDM (2º), Petromoc (4º), CFM (5º), EDM (6º) e as LAM (9º). No ranking de 2000 a Mozal é a maior empresa privada a operar no país, por ordem de volume de negócios. As outras três empresas privadas que se situam entre as 10 maiores são a Cervejas de Moçambique, a BP Moçambique e a Coca-Cola Moçambique, que ocupam o 7º, 8º e 10º lugares, respectivamente. O sector de "Energia e Comercialização de Combustíveis", com apenas seis das cem empresas, continua a dominar o ranking em termos de volume de negócios, com 6 591 milhões de contos, o correspondente a 27% do volume total de negócios gerado pelas "100 maiores" no ano passado. Entretanto, estas 100 empresas continuam a apresentar resultados negativos, tendo em 2000 registado um prejuízo acumulado na ordem dos 11 899 milhões de contos. Os respectivos custos operacionais atingiram os 18 817 mdc (refira-se que sete empresas não disponibilizaram informação). O volume de emprego das "100 maiores empresas de Moçambique" aumentou 0,5% em 2000, tendo se cifrado em 56 049 trabalhadores. O volume de negócios por trabalhador das "100 maiores" aumentou 43% em 2000, ao passar de 306 milhões para 439 milhões de MT. (Notícias, 07/12/01) Veja o relatório no site da KPMG Manhenje adverte: A onda de violação de menores na África do Sul podia passar para Moçambique, especialmente agora com o regresso massivo de trabalhadores moçambicanos daquele país vizinho, por ocasião das festas do natal e do fim do ano, advertiu o ministro do Interior, Almerino Manhenje. Segundo o governante, há necessidade de se reforçar as medidas contra a violação de menores, um fenómeno cada vez mais grave na RAS. O problema, que já envolve alguns moçambicanos, decorre alegadamente do facto de ter surgido uma crença na RAS, segundo a qual um doente de SIDA pode livrar-se da doença mantendo relações sexuais com uma virgem, de preferência uma criança. Com efeito, segundo o ministro Manhenje, há seis moçambicanos detidos na África do Sul acusados de envolvimento em violação de menores. Dados recentemente divulgados sobre a violação de crianças no país dão conta de que pelo menos 200 crianças com idades compreendidas entre 8 e 14 anos dão entrada por ano no Hospital Central de Maputo, com lesões resultantes de violação sexual. Nos últimos anos começam a aparecer casos de estupro de crianças com menos de 3 anos de idade. (Notícias, 07/12/01) Leia também esta notícia de 30 de Junho: Ressano Garcia: O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Hipólito Patrício, desafiou os Governos de Moçambique e da África do Sul para criarem condições para que o posto fronteiriço de Ressano Garcia, principal ponto de passagem entre os dois países, passe a funcionar 24 horas por dia. Normalmente este posto encerra às 20 horas com a excepção do período entre a festa do Natal e a passagem do final de ano, altura em que o mesmo tem operado sem interrupção. Hipólito Patrício fez estas declarações no encerramento da segunda sessão da Comissão Mista Permanente de
Cooperação entre Moçambique e África do Sul, realizada em Pretória entre terça e quarta-feira última. No seu discurso, o governante
recordou que os dois países tem a responsabilidade de garantir que os seus cidadãos que desejarem atravessar a fronteira encontrem, a qualquer momento naquele local, um
tratamento "responsável e efeciente". (AIM 06/12/01) Notícias de ontem (6 de Dezembro): Polícia espanca e fere manifestantes frente à Assembleia da República |