Ano lectivo inicia-se hoje

No país inicia hoje o ano lectivo 2002, marcado pela introdução de um novo currículo, em regime experimental e em 22 escolas do ensino básico, e de um novo calendário escolar, subdividido em quatro períodos. As cerimónias centrais de abertura do ano escolar, que decorre sob o lema "Por uma escola de melhor qualidade e livre do HIV/SIDA", têm lugar na cidade de Quelimane, província da Zambézia, sob orientação do ministro da Educação, Alcido Ngwenha.

O novo calendário escolar divide o ano em dois semestres, em vez dos três trimestres no calendário antigo. Para o ensino básico, da 1ª à 7ª classe, o primeiro semestre deverá decorrer de 21 de Janeiro a 15 de Junho, enquanto o segundo semestre decorrerá de 1 de Julho a 8 de Novembro. Para o ensino secundário geral, a interrupção deverá decorrer de 8 a 24 de Junho. No ensino básico, o ano lectivo tem 38 semanas, no ensino secundário 36. No entanto, nalguns estabelecimentos de ensino as aulas poderão não iniciar efectivamente esta semana, em virtude de ainda não ter sido concluído o processo de preparação subsequente ao processo de matrículas, que se prolongaram até ao sábado passado. (Notícias, 21/01/02)

Leia também esta notícia de 22 de Agosto do ano passado:
A partir de 2002: Ano lectivo mais longo
 

2 500 000 MT por um lugar na escola...

Numa reportagem sobre o processo das matrículas na cidade de Maputo, publicada na última edição do semanário Savana, os jornalistas afirmam terem encontrado vários casos de fraudes. Nas diferentes escolas onde, oficialmente, já não havia vagas, o pagamento de valores variando de 350 000 até aos 2 500 000 meticais garantia ainda um lugar. O número de vagas nas escolas de Maputo é muito inferior ao número de candidatos, principalmento no ensino secundário. O ano passado foram graduados, por exemplo, 12 500 alunos da 7ª classe, mas há apenas 10 000 vagas na 8ª classe. O Ministério de Educação diz que não tem informação oficial sobre nenhum caso de fraude. (Savana 18/01/02)

Leia também esta notícia da semana passada:
Muitas crianças não vão poder estudar por falta de vagas
 

Conselho Nacional da Renamo reúne-se na próxima semana
Renamo quer revisão da lei eleitoral ainda este ano

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, diz que a revisão do pacote eleitoral constitui uma das acções prioritárias do seu partido para este ano. Em declarações à Agência de Informação de Moçambique, Dhlakama disse que a bancada parlamentar da Renamo-União Eleitoral vai ser instruída no sentido de colaborar com a da Frelimo, para que a próxima sessão da Assembleia da República proceda à revisão do pacote eleitoral. O "pacote eleitoral" é um conjunto de quatro leis que precisam de ser revistas antes das eleições autárquicas de 2003.

Dhlakama falou sobre o plano de actividades para 2002 a ser aprovado durante a primeira reunião do Conselho Nacional da Renamo, que deve começar no dia 28 deste mês, na cidade de Quelimane. No encontro será empossado o novo secretário-geral, Joaquim Vaz, nomeado durante o IV Congresso da Renamo no passado mês de Novembro. Na sua edição de sábado passado, o jornal Notícias afirma ter informações de que a Renamo estaria a considerar a substituição do Manuel Pereira, delegado político daquele partido na província de Sofala, por Rui de Sousa, deputado da Assembleia da República e presidente da Liga Juvenil da Renamo. Lembre-se que foi Manuel Pereira quem em 2000 ameaçou dividir o país através de cancelas no rio Save. (AIM 18, Notícias 19 e 21/01/02)

Leia mais sobre o debate acerca do "pacote eleitoral"
no último Political Process Bulletin
Leia também estas notícias relacionadas:
2 de Novembro 2001: Dhlakama reeleito presidente da Renamo
7 de Julho 2001: Parlamentares suspendem discussão sobre composição da CNE
20 de Setembro 2000: Renamo reage às declarações de Pereira
 

Dhlakama "Personalidade Política do Ano 2001"

Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, foi eleito na última sexta-feira personalidade política do ano 2001, durante a realização da "Gala Personalidades", organizada pela Companhia de Teatro Gungu. O presidente da República, Joaquim Chissano, conquistou o "prémio prestígio". Graça Machel e Alice Mabota foram escolhidas pela gala para "personalidade mais valiosa" e "prémio sociedade civil", respectivamente. Esta foi a terceira edição da "Gala Personalidades". Ao todo foram entregues 23 troféus numa cerimónia que decorreu no Cine-Teatro Matchedje.

O cartoonista Crisóstomo Zefanias foi laureado com o "prémio cartoon", Victor Sousa recebeu o "prémio de artes plásticas", Eduardo White - "prémio literatura", Jeremias Nguenha - "melhor músico", Mário Machungo - "prémio economia e finanças", Alexandre Chaúque - "prémio imprensa", Editorial do jornal Savana - "melhor artigo", "Quinta à noite - "melhor programa de televisão", Victor José - "melhor apresentador de TV", "Em Cima da Hora" - "melhor programa de rádio", Eleutério Guevane - "melhor locutor".

A distinção na área de "Ciência e Tecnologia" foi para o especialistas em línguas bantu Bento Sitói, que, no acto de recepção do prémio, afirmou que "ser cientista em Moçambique significa saber trabalhar e receber pouco". O prémio na categoria de Teatro foi para o organizador do evento, o Teatro Gungu, mas o absurdo da situação não passou despercebido ao actor Vasco Condo, que se recusou a receber o troféu. (Rádio Cidade e Domingo, 20/01/02)
 

Notícias de sábado passado (19 de Janeiro 2002):

Governo de Nampula promete envolver partidos da oposição
Armas transformadas em obras de arte em exposição em Londres
Lixo diminuiu nos bairros "nobres" de Maputo
Nomeados novos embaixadores