Cólera alastra-se pelo país e já matou mais de 50 O surto de cólera que eclodiu há três meses na província da Zambézia está a alastrar-se pelo pais e já ceifou mais de 50 vidas. A província da Zambézia continua a ser a mais afectada: dos 1 623 casos notificados naquela província, com 27 óbitos, 445 registaram-se na capital provincial, Quelimane, com 7 vítimas mortais. Sete dos 17 distritos da Zambézia foram afectadas, nomeadamente Mocuba, Mopeia, Milange, Lugela, Inhassunge, Morrumbala e a cidade de Quelimane. Na província de Sofala os dois distritos mais afectados são Chemba e Caia, onde houve 240 casos notificados e 23 óbitos, desde Junho último. A doença também atingiu as províncias nortenhas da Niassa e de Nampula, embora em números mais baixos. Na cidade de Maputo, onde há cerca de três anos a cólera fez muitas vítimas, foram registados até à última quinta-feira 9 casos. A razão da persistência da doença relaciona-se com as dificuldades de abastecimento de água potável, o que obriga as pessoas a recorrerem a fontes alternativas, e com as deficientes medidas de higiene pessoal e colectiva. (Notícias, AIM, 8 e 10/11/01) Leia também esta notícia de 20 de Setembro: Repleta de lixo: A capital do país, Maputo, celebra hoje 114 anos da sua elevação à categoria de cidade. Conhecida em velhos tempos como a "cidade das acácias", Maputo é hoje a "capital do lixo". Com o lixo espelhado por todas as esquinas, é cada vez mais evidente a falta de capacidade de gestão da cidade de Maputo. O eterno argumento de falta de fundos é cada vez menos convincente. Na quinta-feira passada, o vereador da área de salubridade e cemitérios, Yok Chan, não compareceu na sessão da Assembleia Municipal para participar no ponto da agenda referente à "limpeza da cidade", aparentemente por medo das críticas. Na semana passada Yok Chan anunciou que a empresa que vinha fazendo a recolha do lixo numa parte da cidade, a Interwaste, rescindiu unilateralmente o seu contrato com o Conselho Municipal por falta de pagamento. Desde então, o lixo vai se acumulando nas ruas da cidade. O Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Artur Canana, limita-se a repetir que a solução para a gestão do lixo é a privatização, que ele afirma estar prevista para Março do próximo ano. Nada podia ilustrar melhor a desorganização no Município do que o letreiro afixado nos "Paços do Município"; no dia em que a cidade faz 114 anos, o letreiro afixado pela edilidade festeja os 112 anos da cidade! (AIM, Notícias, 10/11/01, metical 09/11/01) Leia também esta notícia de 29 de Setembro: Por "difamação" Nyimpine Joaquim Chissano, filho mais velho do Presidente da República, decidiu processar o jornal metical e o jornalista Marcelo Mosse por causa de um artigo publicado no metical e outro, publicado no jornal português Expresso. Os dois artigos referem-se a uma notícia veiculada em Fevereiro pela imprensa sul-africana, de acordo com a qual Nyimpine teria ficado detido durante algumas horas na África do Sul. Os artigos mencionam ainda o facto que Nyimpine é conhecido em Maputo pela sua arrogância e que existem muitas dúvidas sobre a origem do seu capital. O filho do Presidente alega que os artigos "afectaram profunda e gravemente a honra e consideração do queixoso e da sua família, com graves repercussões também para as suas actividades empresariais". Assim sendo, Nyimpine pretende que o jornalista seja "criminalmente responsabilizado, chamando-se igualmente à demanda a empresa editora metical que, nos termos do artigo 41 da Lei de Imprensa, deverá ser solidariamente condenada a pagar uma indemnização". A indemnização exigida é de 1800 milhões de meticais, o que corresponde a quase 80 000 dólares norte-americanos. O juiz Wilson Dambo, do Tribunal Judicial do Distrito Urbano nº 1, marcou para o dia 26 de Novembro o julgamento do jornalista. (mediaFAX 09/11/01) Leia também estas notícias relacionadas: Moçambique repatria 120 zimbabweanos ilegais As autoridades moçambicanas deportaram recentemente 120 zimbabweanos que se encontravam na cidade da Beira, sem a devida documentação. O repatriamento segue-se a uma operação levada a cabo pela polícia, iniciada na segunda-feira passada. Além dos 120 cidadãos zimbabweanos já repatriados, através da fronteira de Machipanda, outros 35 estrangeiros encontram-se nas mãos da polícia. Entre eles contam-se 20 cidadãos do Malawi, cinco da Tanzania, quatro do Senegal, dois da China, e ainda um cidadão de cada um dos países que seguem: Nigéria, Zâmbia, Portugal e Angola. O Diário de Moçambique, editado na Beira, entrevistou alguns dos estrangeiros detidos. O português afirma que está a viver no país há 37 anos e que simplesmente se esqueceu de renovar a sua autorização de residência. A loja "Mubeira", que vende roupas, sapatos e utensílios domésticos no centro da Beira, fechou as portas porque os seus dois gestores chineses estão presos. A polícia não nega que alguns dos detidos têm os seus vistos de entrada em ordem, mas, esclareceu, quem entrou no país como turista não pode trabalhar. (AIM 09/11/01) Leia também esta notícia de 25 de Outubro: No bairro da Benfica: Um incêndio de grandes proporções destruiu totalmente, na madrugada de ontem, uma loja do grupo "Pep", no bairro de Bagamoyo, mas conhecido pelos seu nome colonial, Benfica, na cidade de Maputo. O fogo terá começado por volta da uma hora de madrugada, na parte interna do edifício, presumindo-se que tenha sido provocado por um curto-circuito. As lojas "Pep" vendem produtos diversos, incluindo vestuário e calçado. O incêndio foi participado aos bombeiros por um grupo de cidadãos que vive nas redondezas da loja e guardas de um estabelecimento comercial vizinho. A intervenção tardia dos bombeiros não evitou que o fogo destruísse o edifício e os respectivos produtos, cujos danos ainda não foram calculados. Este é pelo menos o quarto incêndio que se regista na cidade de Maputo e arredores em menos de duas semanas. Num dos incêndios, duas crianças de dois e quatro anos de idade, respectivamente, morreram carbonizadas no interior de um quarto e num outro uma criança de três anos perdeu a vida e centenas de pessoas ficaram sem abrigo, no bairro Luís Cabral. O terceiro deu-se no Município da Matola, quando um reservatório gigante foi reduzido a cinzas pelo fogo. (Notícias, 10/11/01) Leia também esta notícia de quarta-feira passada: Notícias de ontem (9 de Novembro): Parlamento aprova Lei sobre Lavagem de Dinheiro |